A intervenção nutricional adequada e individualizada melhora a sintomatologia, reduz a morbilidade e mortalidade, e ajuda a obter um prognóstico final mais favorável nas doenças oncológicas. O acompanhamento multidisciplinar, com intervenção nutricional precoce, reveste-se de uma importância maior em Oncologia, sendo um fator-chave para o sucesso do tratamento e recuperação destes doentes.
O cancro tem um impacto negativo comprovado no estado nutricional do doente oncológico. Assim, a nutrição revela-se um fator central em Oncologia, tendo influência no desenvolvimento da doença, na sintomatologia inerente ao tumor e tratamentos, na resposta às terapêuticas e na recuperação após o tratamento. A nutrição tem, por todas estas razões, um forte impacto na qualidade de vida do doente e no prognóstico da doença.
A maioria das doenças oncológicas ocorre quando uma célula especializada falha no desempenho da sua função. No entanto, as células neoplásicas apresentam ainda outras alterações. Estas células vão competir para sobreviver, usando, para isso, a mutabilidade e a seleção natural, tentando obter, desta forma, vantagem em relação às células “normais”.
O metabolismo celular altera-se: a proteólise e a lipólise estão aceleradas, enquanto a síntese de proteínas musculares se encontra deprimida, ocorrendo, ainda, alterações ao nível do metabolismo dos hidratos de carbono. Adicionalmente a estas alterações celulares, existem os efeitos adversos dos tratamentos antineoplásicos. Estes apresentam diversos efeitos tóxicos, variáveis de acordo com o tipo de neoplasia e do tratamento utilizado.
Em conjunto, estes dois fatores vão determinar alterações da composição corporal e, muitas vezes, do peso dos doentes. Na maioria dos casos, apesar de se verificar um aumento do metabolismo, não se verifica uma adaptação da alimentação do doente, o que leva a um aumento do risco de deterioração nutricional. Apesar de a desnutrição ser o padrão nutricional desde sempre associado à doença oncológica, e que, ainda nos dias de hoje, é foco de muita atenção, é cada vez mais frequente observar-se um novo padrão metabólico: doentes oncológicos obesos e com perda de massa magra. Este novo padrão nutricional deve-se ao aumento da obesidade e excesso de peso, nas últimas décadas, a nível mundial, o qual está descrito como fator de risco no aumento da incidência e recorrência de cancro.
Surge, então, com grande importância, o suporte nutricional dos doentes oncológicos, cujo principal objetivo é a promoção e manutenção de uma boa nutrição. Além disso, também é importante que o suporte nutricional auxilie na minimização dos efeitos secundários dos tratamentos antineoplásicos e no aumento e melhoria da qualidade de vida e prognóstico destes doentes.
Por todas estas razões, e como parte de um compromisso de combate ao cancro e à morbilidade e mortalidade a ele associadas, a Joaquim Chaves Saúde disponibiliza uma consulta de Dieta e Nutrição Oncológica, na Clínica Cirúrgica de Carcavelos.
Um nutricionista ajuda o paciente a fazer escolhas alimentares adequadas e a desenhar uma dieta estratégica para o combate à doença, a curto, médio e longo prazo. Por outro lado, o acompanhamento nutricional tem um papel absolutamente central na manutenção de energia e de qualidade de vida, face aos tratamentos, na recuperação física (no caso de terapia prolongada), ou até mesmo na regulação da dieta, de forma a permitir uma vida mais saudável e menos desgastante para o organismo.